Cancão, Malazarte e Trupizupe

Cancão, Malazarte e Trupizupe
Praça central da cidade de Jacaraú

terça-feira, 27 de julho de 2010

Máscara Neutra - Treinamento

Maycon Nascimento

Hoje foi meu primeiro dia como estagiário do Quem Tem Boca. Uma experiência de muito aprendizado. Mirtthya e Cecília orientaram o trabalho, começando por um alongamento simples e, logo após, Mirtthya executou exercícios de desequilíbrio, no qual, tínhamos que buscar o equilíbrio através do plexo. Logo em seguida trabalhamos com a máscara neutra, que tem como objetivo deixar o ator neutro, livre de toda informação já adquirida até então, e descobrir o próprio corpo de forma espontânea. Lembrando ainda, da técnica de triangulação que consiste em chamar a atenção da platéia através da máscara focando no ponto a ser mostrado e voltando-se a platéia, novamente.

Treinamento com máscara neutra

Por Joelson Topete
Quando um ator se envolve em um experimento com uma máscara branca que é chamada de máscara neutra, ele renasce com a finalidade de se auto descobrir. Outra maneira de atuar com o seu corpo.
Máscara Neutra + Ator = Inexplicável

Máscara Neutra - Treinamento

Por Cleiton Teixeira

A máscara neutra dá vida ao corpo que automaticamente faz com que este dê expressão ao rosto, mesmo este sendo só uma máscara branca.
O ator é outro ser quando coloca a máscara, uma vez que a expressão do corpo muda, e através dos movimentos o corpo ganha uma nova vida.
A máscara neutra dá uma nova vida ao corpo e as intenções do ator, fazendo assim um novo despertar.

Sobre o Treinamento com Máscara Neutra

Por Ademilton Barros

Iniciamos com um alongamento coletivo ministrado por Cecília e Mirtthya. Em seguida foram realizados exercícios de desequilíbrio.
A partir daí, principiamos o exercício com a máscara neutra, onde o primeiro passo é deixar todo o seu corpo e mente neutros, iniciando assim, a cerimônia de colocar a máscara.
A sensação é de, realmente, estar neutro sem vontade de sorrir ou até mesmo de chorar, e sim, de descobrir o seu próprio corpo, onde até então era desconhecido. Como a sensação de uma criança recém nascida descobrindo o mundo onde tudo é novo.
Em seguida fizemos uma roda de conversas para discutirmos as sensações e observações de quem estava fazendo e o que sentira, e de quem estava observando.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Fabricando máscaras - negativo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O treinamento do ator, uma visão para a rua

O trabalho de conclusão de curso entitulado "Teatro de rua e o trabalho do ator" foi produzido recentemente com o intuito de investigar a prática do teatro de rua e as especificidades do trabalho do ator que se esforça por trabalhar neste meio. Aqui deixo este post, assim como outros que virão, que fala sobre o treinamento do ator, conceito fundamentado por Eugenio Barba e propício, segundo minha pesquisa, para o trabalho de rua.


O treinamento como filosofia

Teatro é corpo, corpo que representa a vida da cena.


Estudaremos o treinamento com base nas principais características, apontadas anteriormente, que o ator de rua necessita trabalhar. Para Barba (1994) o treinamento do ator tem o objetivo de criar uma reconfiguração no seu corpo no que diz respeito às suas tensões. Para ele neste processo há dois fatores, um objetivo e um subjetivo.

• Fator objetivo: autodisciplina, rigor, exercícios, constância.
• Fator subjetivo: temperatura interior, motivação pessoal - a necessidade única do ator.

Para Barba (1994) o treinamento do ator é tão significativo que ele buscou, a partir da criação da Antropologia Teatral, entender os diferentes princípios, dos diversos tipos de teatro que se faz em vários continentes. Nos treinamentos propostos por Barba as influências são muitas, estão presentes: as acrobacias e a biomecânica, desafiando o ator a superar seus medos da queda e da dor; princípios da ioga e do t’ai chi chuan , na precisão das posturas e dos deslocamentos.
Os exercícios de treinamento corporal dependem do objetivo com que estão sendo feitos. Então podemos dizer que não existe uma forma única de fazer este treinamento, devemos primeiro pensar: Qual o corpo que eu necessito ter? Qual a energia que será necessária para executar tal representação? Quais exercícios se enquadram melhor para que durante o desenvolvimento possamos alcançar tal finalidade?
Porém, existem alguns princípios corporais básicos que geralmente são seguidos para o treinamento do corpo. Grotowski apud Aslan (2005) propunha um treinamento que partia de um alongamento, onde o ator deveria procurar relacionar seus movimentos com os do outro ou com um objeto, de forma a não deixá-los vazios. Algumas posições da ioga poderiam ajudar a alcançar o equilíbrio da coluna vertebral e ao ator encontrar-se no espaço. Para Grotowski o corpo do ator deve ser utilizado de forma a se tornar um espaço onde todas as possibilidades são possíveis. Ele também propunha o cansaço físico como uma alternativa onde o ator estaria tão fora de si que representaria com mais autenticidade, pois teria quebrado as resistências da mente. Para se chegar a este nível de cansaço físico uma série de exercícios corporais eram propostos, para que depois a cena fosse criada. Acreditamos que mais do que seguir os mesmos exercícios propostos por Grotowski, o ator de rua deve ter como guia as suas idéias de preparar o corpo do ator para ser disponível em todas as situações que ele for colocado.
Segundo Aslan (2005), no caso do Living Theatre, o preparo físico era baseado na teoria de que quanto mais o ator desenvolve suas capacidades corporais e gestuais mais ele reafirma sua presença cênica e sua relação torna-se mais verdadeira com o espectador. O treinamento era feito de forma muito disciplinada e ao mesmo tempo o ator ficava livre para improvisar o que quisesse, desde que não se perdesse do todo, da unidade do grupo. Aslan (2005) diz que a ioga, o happening, e os exercícios desenvolvidos por Chaikin (improvisação corporal em dupla ou em grupo) do Open Theatre serviam de base para a atuação e desenvoltura dos atores. O que nos chama atenção no treinamento deste grupo para o caso do estudo do teatro de rua é a construção da sua unidade. Através da organização em forma de grupo, onde o trabalho contínuo é possível, o Living conseguia conduzir seu treinamento de forma disciplinada proporcionando ao ator um material “sólido” para sua atuação. Esse fortalecimento do trabalho do ator pelo viés da continuidade dentro do grupo é, em nossa opinião, um dos caminhos melhor estruturados para o trabalho de rua.

Cecília Lauritzen